10 anos de Aupper em Portugal para Miguel Fernández

Em ano de 10º aniversário da empresa, ninguém melhor que Miguel Fernández, diretor da Aupper, para fazer um momento de balanço.
10 anos de Aupper em Portugal para Miguel Fernández
  • A história da Aupper em Portugal confunde-se com a história de Miguel Fernández, diretor da empresa, neste mesmo país.

    No quente mês de agosto de 2006, viaja para Portugal juntamente com a mulher grávida de 7 meses. No limite de tempo de geração de uma nova vida, chega a este país para criar, de raiz, a Aupper Portugal. E a aventura começa.

    Tratou diretamente de toda a logística inicial – espaço de trabalho e armazém no distrito de Lisboa, anúncios de emprego para formação da equipa inicial, entrevistas aos primeiros colaboradores. Alguns deles trabalham ainda na empresa e também eles se recordam perfeitamente desse início.

    Em janeiro de 2007, a Aupper estava pronta para arrancar funções comerciais e de distribuição. “Foi um desafio giro”, sintetiza assim, entre gargalhadas, as muitas horas de trabalho nos primeiros anos de criação da empresa no mercado português – e o complexo equilíbrio com a adaptação de uma família recém-ampliada a um novo país.

    “A crise de 2008 trouxe-nos, depois, desafios muito grandes junto dos parceiros financeiros e no índice de confiança dos consumidores. Mas conseguimos passar bem. Com a dedicação de todos”.

     

    Norte e sul

    A delegação do Porto surge depois de Lisboa e Setúbal depois do Porto. “Adquirimos os escritórios do Porto no ano de 2007, mas com as obras que foram necessárias apenas começámos a trabalhar comercialmente em outubro de 2008. Em Palmela começámos em 2012.”

    Neste ponto da conversa, são analisadas as particularidades que distinguem as delegações do sul e do norte. “A visão profissional e a forma de ver a vida das pessoas do norte e das pessoas do sul são completamente diferentes e isso, claro, traduz-se na estrutura da empresa”. O principal aspeto que aponta é que no norte as pessoas mantêm ainda a possibilidade de algum sustento complementar com a terra, com a agricultura – “isto influencia logo a ambição financeira e a capacidade de arriscar em novos projetos de cada profissional”.

    Sublinha, no entanto, que no momento em que o profissional entende e integra a filosofia da Aupper no seu dia-a-dia de trabalho, garante resultados tanto a norte como no sul.

     

    As incontornáveis Obras

    Na segunda metade da entrevista, o diretor da Aupper é desafiado: as Obras em livro ainda fazem sentido?. E a resposta é imediata: “muito”.

    “Acho que há determinados hábitos e determinadas leituras que não se conseguem fazer com um tablet ou na Internet. Eu, por exemplo, ainda hoje não substituo a leitura de um jornal em papel pelo website”. E os produtos Aupper são exatamente isso: uma relação de qualidade com o livro físico, com cada volume. “Não é, de facto, um impedimento para nós”.

    Por outro lado, “o nosso trabalho editorial, tendo em conta o nosso público, aposta numa abrangência de temas que respondam aos vários gostos de leitura das pessoas”. Admite que gostaria de ter ainda mais títulos em Portugal, “mas o trabalho de edição é muito demorado e custoso porque é feito com muito cuidado, com muito pormenor e com muita atenção pela qualidade informativa – texto, imagem e vídeo”.

    Terras de Portugal continua a ser a Obra mais querida e vendida da Aupper. Miguel destaca: “é uma obra criada de raiz, do zero, em Portugal. Recentemente fizemos uma reedição e já temos ideias e informações para incluir em futuras reedições. É uma Obra da qual gostamos muito”.

    A que se deve, afinal, esta relação tão próxima dos clientes da Aupper com esta Obra? Sem hesitações, responde-nos que “no fundo, todos gostamos do sítio onde moramos e quando temos uma Obra que nos fala da nossa terra, do nosso país, identificamo-nos.” E completa: “aqui em Portugal, quer se esteja no norte, ao centro, no sul, na Madeira ou nos Açores, quando se fala em Portugal, toda a gente se identifica”.

    Outra Obra icónica, e também alvo de uma recente reedição é a Arte da Cozinha. Esta implica uma consulta e uma utilização diferentes das outras coleções – e tem uma vantagem: “estamos no tempo do Masterchef, dos Chefs de televisão, das estrelas Michelin, e tudo isso ajuda a que a cozinha esteja, de facto, muito na moda”. Miguel destaca ainda que é uma obra muito completa, “tem todo o tipo de receitas, desde as entradas às sobremesas”.

     

    No horizonte

    Olhando agora para o futuro da empresa, num momento em que se completam 10 anos quais são os objetivos a médio prazo para a Aupper?

    Miguel Fernández assume a abertura de novos escritórios em Portugal. “Queremos estar com a maior brevidade possível nas regiões com maior concentração de população em Portugal. Queremos abrir em Coimbra, e depois no Algarve . Lá chegaremos”. Os arquipélagos da Madeira e dos Açores, ainda que não estejam excluídos, levantam alguns constrangimentos logísticos – “são planos mais a longo prazo”.

    O futuro do diretor da Aupper passa indubitavelmente por este país: “se os portugueses me deixarem viver em Portugal, fico certamente em Portugal”, remata com humor. “Os meus filhos já nasceram cá, já têm os seus amigos aqui. Já temos todos a nossa vida aqui. E eu gosto muito deste país. Vou continuar aqui – e lutar todos os dias para que isso aconteça”.